sábado, 3 de março de 2018

Cálculo Numérico - Divulgação Incompleta


UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA- UFBA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
DISCIPLINA: CÁLCULO NUMÉRICO
PROF: ANDRÉ FERREIRA






ATIVIDADE COMPLEMENTAR
CÁLCULO NUMÉRICO




ALUNOS:

CARLOS AUGUSTO MOTA DA LUZ
RAFAEL JAMBEIRO


ATIVIDADE COMPLEMENTAR 01

SUMÁRIO

Resolução de equações algébricas e transcendentes                     1

Isolamento de raízes                                                                      2

Métodos Numéricos                                                                       3

Método da Bisseção                                                                       3.1

Método das cordas                                                                        3.2

Método de Newton                                                                        3.3

Método da iteração Linear                                                           3.4

Interpolação                                                                                   4
Interpolação de Lagrange                                                             4.1
Interpolação com uso de diferenças divididas                             4.2
Interpolação com uso de diferenças finitas                                  4.3
Erros de truncamento e comparação dos métodos                      4.4
        

1 Resolução de equações algébricas e transcendentes

Existe uma necessidade em problemas de ciência e Engenharia, de se determinar um número E para a qual uma função F(x) seja zero ou seja F(E) = 0.
Este número E é chamado raiz da equação F(x) = 0 ou zero da função f(x).
Para se calcular uma raiz, duas etapas devem ser seguidas:

a)      Isolar a raiz,ou seja, achar um intervalo [a,b] o menor possível que contenha uma e somente uma raiz da equação F(x).
b)      Melhorar o valor da raiz aproximada, isto é, refina-lá até o grau de exatidão requerido.

2 Isolamento de raízes

Teorema: Se uma função contínua F(x) assume valores de sinais opostos nos pontos extremos do intervalo [a,b], isto: F(a)xF(b) < 0, então o intervalo conterá no mínimo uma raiz da equação F(x), ou seja, haverá no mínimo um número E que pertence [a,b], tal que F(E) = 0.

A raiz E será definida e única se a derivada F’(x) existir e preservar o sinal dentro do intervalo (a,b), isto é:

Se F’(x) > 0 ou F’(x) < 0 para a < x < b.

Equações algébricas.

Seja uma equação algébrica de grau n (n ≥ 1)

A = P(x) = AnX(En) + An-1X(En-1) + An-2X(En-2)…….

Teorema: Uma equação algébrica de grau n tem exatamente n raízes, reais ou complexas, desde que cada raiz seja contada de acordo com sua multiplicidade.
Uma raiz E da equação A tem multiplicidade m se:

P(A) = P’(A) = P’’(A)...... = P(Em-1)(A) = 0 e P(Em)(A) ≠ 0 onde,

P(Ej)(A) = d(Ej)F(x) / d x(Ej)

Exemplo:

Seja P(x) = (x-2)(E3)(x-1)

P(x) = x(E4) – 5x(E3) + 6x(E2) + 4x – 8 ; P(x) = 0

P’(x) = 4x(E3) – 15x(E2) + 12x + 4 ; P’(x) = 0

P’’(x) = 12x(E2) – 30x + 12 ; P’’(x) = 0

P’’’(x) = 24x – 30 ; P’’’(x) = 0

Então A = 2 é uma raiz de multiplicidade m = 3

Teorema: Se os coeficientes da equação algébrica A são reais, então as raízes complexas desta equação são complexas conjugadas em pares, isto é, se E1 = a + bi é uma raiz de multiplicidade m, então E2 = a – bi também é uma raiz desta equação e tem a mesma multiplicidade m.

Exemplo:

Seja P(x) = x(E2) – 6x + 10

E = 6 ± (36-40)(E-1/2) / 2 = 6 ± 2i / 2

Corolário: Uma equação algébrica de grau ímpar com coeficientes reais tem no mínimo uma raiz real.

Exemplo:

Seja: P(x) = (x(E2) – 6x + 10) (x-1)

Suas raízes são:

E1 = 3 + i ; E2 = 3 – i ; E3 = 1

Determinação número e localização de raízes

Na obtenção das raízes e sua localização pode-se seguir muitos caminhos.
A seguir duas maneiras:

Para determinar o número e a localização aproximada de raízes de uma função, a fim de obter uma estimativa inicial a ser usada nos processos interativos, pode-se examinar o comportamento dessa função através do esboço gráfico.

Uma raiz real de uma equação F(x) = 0 é um ponto onde a função F(x) toca o eixo dos x.
Para se achar a raiz, basta que se faça um esboço da função F(x) e que se verifique em que ponto do eixo dos x a função se anula.


A outra maneira é pelo teorema de Bolzano.

Seja P(x) = 0 uma equação algébrica com coeficientes reais e x pertecente [a,b].
Se P(a) x P(b) < 0, então existe um número ímpar de raízes reais no intervalo [a,b].

Se P(a) x P(b) > 0, então existe um número par de raízes ou não existem raízes reais no intervalo [a,b].

3 Métodos Numéricos

3.1 Método da Bisseção

Consiste em descobrir duas abcissas a e b razoavelmente próximas, tais que F(a) e F(b) tenham sinais contrários ou F(a) x F(b) < 0.

Dessa forma espera-se que uma raiz r se encontre no intervalo [a,b] e poderia se tomar para valor de x0 a abcissa da metade desse intervalo, ou suja:

F(a) x F(b) < 0            x0 = a + b/2

Verificam-se os novos intervalos e continua o processo até que F(x) = 0.


Exemplo:

Achar uma aproximação da raiz x(E3) – 3x – 1 = 0.

Tomemos 4 intervalos iguais entre  -1 e 1.

1°) a = -1 e b = -1/2    F(a) = -5          F(b) = -21/8    Logo F(a) x F(b) > 0

2°) a = -1/2 e b = 0     F(a) = -21/8     F(b) = -1         Logo F(a) x F(b) < 0

3°) a = 0 e b = 1/2       F(a) = -1          F(b) = 5/8        Logo F(a) x F(b) > 0

Tomamos que x0 = a + b/2 = 0,25

Convergência

Em alguma etapa do processo tem-se a ou raiz exata A ou uma seqüência infinita de intervalos, tal que:

F(an) x F(bn) < 0        n = 1, 2, 3...

Cada intervalo é dividido ao meio:

bn – an = b – a/2(En) ou

Módulo xn – xn-1 = b-a/2(En)

Desde que Módulo xn – xn-1≤ A então,

Módulo b-a/2(En+1) ≤ A

3.2 Método das cordas

Seja a determinação da raiz de F(x), compreendida no intervalo a < x < b, ou seja:


Ligando-se os pontos (a,F(a)) e (b,F(b)) através de um segmento de reta, determina-se sobre o eixo dos x o ponto a1, repetindo-se o procedimento em relação aos pontos (a1,F(a1) e (b,F(b)), determina-se a2 e assim sucessivamente até na+1 tender a x.

Analiticamente temos:

A equação da reta que passa pelos pontos (a,F(a)) e (b,F(b)):

y – y1 / y2 – y1 = x – x1 / x2 – x1

F(x) – F(a) / F(b) – F(a) = x – a / b – a

F(x) = F(a) + [ F(b) - F(a) ] (x – a / b – a)

Fazendo x = a1:

F(x) = 0 = F(a) + [ F(b) - F(a) ] (a1 – a / b – a)

Portanto:

a1 = a – (b – a) F(a) / F(b) – F(a)

Generalizando:

an + 1 = an – (b – an) F(an) / F(b) – F(an)

3.3 Método de Newton

Seja F(x) uma função contínua no intervalo [a,b] e A o seu único zero neste intervalo, as derivadas F’(x) e F’’(x) devem também ser contínuas.

Desenvolvendo F(x) pela serie de Taylor, na vizinhança de um dos limites acima, considerando os dois primeiros termos da serie temos:

F(x) = F(xn) + F’(xn) (x – xn) + F’(A)/2 . (xm – xn)(E2)

Desprezando-se o termo do erro de truncamento, temos:

F(xm) = F(xn) + F’(xn)(xm – xn) = 0

F(xn) + xm F(xn) – (xn) F’(xn) = 0

xm F’(xn) = xn F’(xn) – f (xn)

xm = xn – F(xn) / F’(xn)

Fazendo xm = xn+1 temos:

xn+1 = xn - F(xn) / F’(xn)

Interpretação Geométrica:


tg α = F(x0)/ x0 – x1 = F’(x0)

x0 – x1 = F(x0)/ F’(x0)

x1 = x0 - F(x0)/ F’(x0)

tg β = F(x1)/ x1 – x2 = F’(x1)
x2 = x1 – F(x1)/ F’(x1)

Portanto,

xn + 1 = xn – F(xn)/ F’(xn)

Escolha de x0

Pela figura 08 em anexo vê-se que traçando a tangente a partir do ponto A [x0, F(xn)], pode-se encontrar um ponto x, que não pertença a [a,b] e o método não convergir. Por outro lado, escolhendo- se b e x0 o processo convergirá.
Convergência:

É condição suficiente para a convergência do método de Newton que:

F’(x) e F’’(x) sejam nulas e preservem o sinal em [a,b] e x0 seja tal que F(x0) . F’’(x0) > 0.


3.4 Método da iteração Linear

Sejam F(x) uma função contínua no intervalo [a,b] e A um elemento pertencente a este intervalo tal que F(A) = 0.

Por um artifício algébrico é sempre possível transformar F(x) em x = F(x), onde F(x) é uma função de iteração.

Sendo x0 uma primeira aproximação da raiz A, calcula-se F(x0), então:

x1 = F(x)         x2 = F(x1)       x3 = F(x2)       .....

Ou seja,

Xn+1 = F(xn)

Se a seqüência {x0, x1, x2, x3...} é convergente, ou seja, se o limite xn (n indo para infinito) tender a A, F(x) é contínua.

Então, A = F(A), onde A é uma raiz de F(x) = 0.

Interpretação Geométrica

Traçam-se no plano xy os gráficos das funções y = x e y = F(x). Cada raiz real A da equação x = F(x) é uma abcissa do ponto de iteração R ou curva y = F(x) com a bissetriz y = x.


4 Interpolação

Conceito Interpolação
A interpolação consiste em determinar uma função (iremos considerar polinómios), que assume valores conhecidos em certos pontos (que chamaremos nós de interpolação). A classe de funções escolhida para a interpolação é a priori arbitrária, e deve ser adequada às caracteristicas que pretendemos que a função possua.
A interpolação polinomial pode-se revelar desadequada se os nós de interpolação não forem escolhidos convenientemente (o que leva ao uso de nós de Chebyshev...). De um modo geral, o conjunto das funções interpoladoras é determinado por um número finito de parâmetros (no caso dos polinómios, são os seus coeficientes...) que deverá ser igual ao número de condições impostas (ou seja, ao número de nós), para que haja apenas uma solução. Nos casos que veremos, a determinação dos parâmetros, que definem a função interpoladora, irá levar-nos à resolução de um sistema linear.

4.1 Interpolação de Lagrange

Consideremos um conjunto de pontos (designados nós de interpolação)
x0 , ... , xn , a que estão associados os valores de uma função f0 , ... , fn, respectivamente.
Pretendemos encontrar um polinómio p tal que:
p ( xi ) = fi

para i = 0, ..., n.



O polinómio de 3º grau interpola a função em 4 pontos.
Escrevendo p( x ) = a0 + a1 x + ... + am xm, obtemos o sistema

a0 + a1 x0 + ... + am x0m = f0
... 
a0 + a1 xn + ... + am xnm = fn



e para que este sistema seja possível e determinado é pelo menos necessário que m=n.
Obtemos assim o sistema linear :


é
ê
ê
ê
ê
ë
1
 x0
 ... 
 x0n
1
 x1
 ... 
 x1n
...


...
1
 xn
 ...
xnn
ù
ú
ú
ú
ú
û
é
ê
ê
ê
ê
ë
a0
a1
...
an
ù
ú
ú
ú
ú
û
 = 
é
ê
ê
ê
ê
ë
f0
f1
...
fn
ù
ú
ú
ú
ú
û
em que a matriz do sistema é conhecida como Matriz de Vandermonde.
A existência e unicidade do polinómio interpolador é equivalente a assegurar que o
sistema é possível e determinado para quaisquer x0 , ... , xn distintos.
Teorema:
Dados n+1 nós, x0 , ... , xn e os respectivos valores f0 , ... , fn,
existe um e um só, polinómio interpolador de grau <n, para esses valores.
Unicidade:
Supondo que existem dois polinómios interpoladores p e q de grau < n, então o polinómio p(x) - q(x) tem grau < n e n+1 raízes, já que, sendo polinómios interpoladores, verificam :
p ( xi ) = fi = q ( xi )
para i = 0, ..., n.
Consequentemente, como tem n+1 raízes e grau < n, o polinómio p(x)-q(x) terá que ser nulo, logo p=q .

Existência:

Podemos mostrar a existência, construindo os:

Polinómios de Lagrange

Dados n+1 nós de interpolação x0 , ... , xn, definimos para cada i = 0, ..., n o polinómio de Lagrange li(x) de grau n tal que :
li(xj ) = 
ì 
í
î
1,  se i=j
0 ,  c.c.

Podemos deduzir uma expressão explícita dos polinómios de Lagrange.
Fixando i e variando j = 0, ..., n , obtemos:
xé raiz de li se i ¹ j, implica 
li (x) = Ci
    n
 P
j=0, j ¹ i
(x - xj)
E a constante Ci pode determinar-se, pois li(xi ) = 1, o que implica
 Ci = 1 /
    n
 P
j=0, j ¹ i
(xi - xj)

Consequentemente: 
 li (x) = 
    n
 P
j=0, j ¹ i
x - xj

xi- xj
para i = 0, ..., n .
Agora, basta considerar a Fórmula Interpoladora de Lagrange:
pn( x ) = f0 l0(x) + ... + fn ln(x)
que nos dá a expressão do polinómio interpolador, pois é fácil verficar que pn ( xi ) = fi .

4.2 Interpolação com uso de diferenças divididas

As diferenças divididas são razões incrementais e constituem aproximações discretas de derivadas, desde que se utilizem pontos suficientemente próximos. No caso que nos interessa, iremos utilizar os nós de interpolação que podem estar bastante afastados. Veremos que para funções regulares é possível estabelecer uma relação entre o valor de uma diferença dividida e a derivada num certo ponto.
A diferença dividida de 1ª ordem é definida de uma forma geral por:
f [ xi, xj] = ( fi - fj ) / ( xi - xj )
e uma diferença dividida de ordem k, pode ser obtida a partir das anteriores :
f [ xi , ... , xi+k] = ( f [ xi+1, ... , xi+k ] - f [ xi, ... , xi+k-1 ] ) / ( xi+k - xi )
(a regra subjacente é que no denominador vai ficar a diferença entre os nós, que não são comuns às diferenças divididas do numerador).
Observação: Qualquer permutação da ordem dos nós não altera o resultado.
Ou seja, por exemplo, f [ x1, x2 , x3 ] = f [ x2, x3 , x1 ]
Nota: Podemos considerar os valores fi como diferenças divididas de ordem zero, e reparamos que isso é coerente com a definição da diferença de 1ª ordem.

4.3 Interpolação com uso de diferenças finitas

Uma diferença finita de uma função F(x) é o valor da função no ponto x1 menos o valor da função no ponto x2
Algebricamente temos:
F(x1) – F(x2)
Exemplo

Dada a função:

x
y
3,5
9,82
4
10,91
4,5
12,05
5
13,14
5,5
16,19

Tabela diferenças finitas:

i
xi
yi
Δyi
Δ(E2)yi
Δ(E3)yi
Δ(E4)yi
0
3,5
9,82
1,09
0,05
-0,1
2,11
1
4
10,91
1,14
-0,05
2,01

2
4,5
12,05
1,09
1,96


3
5
13,14
3,05



4
5,5
16,19






4.4 Erros de truncamento e comparação dos métodos

O erro de truncamento será dado pela fórmula abaixo, que será usado em geral para qualquer tipo de interpolação polinomial.

Et = (x – x0)(x – x1).....(x – xn) F(En+1)(A)/n+1)!

Comparando os métodos, temos:

Operações/Fórmulas
N° adições
N°multiplicações
N°divisões
Total
Newton
n²+ n-2
2n-3
n²-n/2
3n²+5n-10 / 2
Lagrange
n²+ n-1
n²-1
2n
2n²+3n-2

O número de operações efetuadas quando utilizamos a fómula de Newton é inferior ao número de operações da fórmula de Lagrange. Entretanto, se no problema a ser resolvido existem, para um mesmo conjunto de x, várias funções y, nas quais devem ser feitas interpolações, é vantajoso o emprego da fórmula de Lagrange, pois a tabela de diferenças e produtos, uma vez construída, seria usada tantas vezes fossem as interpolações, bastando para isso substituir-se os valores de y.

  
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 02

SUMÁRIO

Integração e diferenciação numérica                                   1

Fórmulas de Newton-Cotes                                                  2

Regra dos Trapézios (simples)                                             2.1

Primeira Regra de Simpson                                                 2.2

Segunda Regra de Simpson                                                 2.3

Erros de Truncamento                                                         2.4

Extrapolação de Richardson                                                        3

Quadratura Gaussiana                                                                 4

Resolução de integrais duplas                                                       5

Equações Diferenciais Ordinárias                                       6

Método de Euler                                                                   6.1

Métodos com uso das derivadas                                          7

Métodos de Runge-Kutta                                                     8

Métodos de Adams                                                               9

Red. de EDOs superior a sist.  eq. de 1° ordem                  10
                                                                 

1 Integração e diferenciação numérica
Integração e diferenciação numérica são métodos para aproximar a função primitiva F, resultante de integrar uma função conhecida f.
Mais concretamente, basta-nos concentrar na integração de uma função f num certo intervalo [a, b]. A idéia base é aproveitar a aproximação por interpolação polinomial, para obter uma aproximação razoável da função integrada através de polinómios, que são funções fáceis de integrar.
Um exemplo simples é aproximar a função por retas interpoladoras nos pontos a e b,
claro que, neste caso, a aproximação pode estar desajustada, e podemos melhorar a aproximação, usando, por exemplo, um polinómio de grau superior.
Dum modo geral, com vista a aproximar o integral
vamos considerar fórmulas de integração (também designadas fórmulas de quadratura do tipo:
onde x0 , ... , xn são pontos conhecidos, pertencentes ao intervalo [a, b], designados por nós de integração, e os coeficientes A0 , ... , An são coeficientes a determinar, independentes da função f, que designamos pesos.
Um critério habitual, para determinar os pesos na fórmula de quadratura, é exigir que ela dê o valor correto do integral de polinómios de um certo grau.
Assim, se a fórmula verificar
In( qm ) = I ( qm )

para qualquer polinómio qm de grau < m, dizemos que a fórmula de quadratura tem, pelo menos, grau m.
Se, para além disso, tivermos
In( qm+1 ) =I ( qm+1 )

para um certo polinómio qm+1 de grau m+1, dizemos que a fórmula de quadratura tem grau m.

2 Fórmulas de Newton-Cotes

A função f(x) é aproximada por um polinômio interpolador gerado a partir da forma de Gregory-Newton para pontos igualmente espaçados no intervalo [a,b]. As fórmulas de Newton-Cotes variam de acordo com o grau do polinômio interpolador, como segue.

2.1 Regra dos Trapézios (simples)

Trata-se do caso mais simples de Fórmula de Newton-Cotes fechada. Neste caso, considera-se n=1 e tem-se dois nós de integração:
x0 = a, x1 = b
e obtemos para os valores dos pesos:
A0 = A1 = ( b - a ) / 2
(Isto pode ser obtido, quer através da resolução do sistema do método dos coeficientes indeterminados, quer através dos integrais dos polinómios de Lagrange, l0(x) e l1(x) )
Tem-se assim a Regra dos Trapézios (simples):
T( f ) = I1( f ) = ( f(a) + f(b) ) ( b - a ) / 2
que corresponde exatamente ao valor da área do trapézio definido pela reta interpoladora.
Teorema (Valor Intermediário para integrais):
Sejam f , g funções contínuas em [a,b].
Se g não muda de sinal no intervalo [a, b] temos:

Erro da Regra dos Trapézios (simples)
Determinar majorações para o valor absoluto do erro

E( f ) = I ( f ) - T ( f )
Então,

E( f ) = I ( f ) - T ( f ) = I ( f ) - I ( p1 ) = I ( f - p1 )

Da fórmula do erro de interpolação tem-se,

f (x) - p1(x) = f [ a, b, x ] ( x - a ) ( x - b )
e como ( x - a ) ( x - b ) não muda de sinal no intervalo [a, b] podemos aplicar o Teorema do Valor Intermédio para Integrais e obtemos
e supondo que f é C2[a, b], obtem-se a fórmula do erro:


Regra dos Trapézios (Composta)
Usando a regra dos trapézios simples para calcular o integral num intervalo [a, b], tem-se uma aproximação grosseira do valor do integral, por isso, decompõe-se esse intervalo em sub-intervalos cada vez mais pequenos, e nesses sub-intervalos aplicamos a regra dos trapézios simples.
Trata-se, neste caso, de fazer uma aproximação, da função integranda.
Para simplificar, considera-se que o tamanho desses sub-intervalos é constante = h.

Assim, defini-se  h = ( b - a ) / N, onde N é o número de sub-intervalos ( = número de nós - 1), e tem-se:
xi = a + i h

portanto, o valor do integral é igual à soma dos integrais nos sub-intervalos.
logo, aplicando a regra dos trapézios simples a cada um desses sub-intervalos, obtem-se
.
Reparando que há termos que aparecem repetidos na soma, podemos simplificar a expressão, e obtemos a Regra dos Trapézios Composta:



Erro da regra dos trapézios composta
Como já obtivemos a fórmula do erro para a regra simples, o erro da regra dos trapézios composta será a soma dos erros cometido em cada sub-intervalo, ou seja :
.
como N = h ( b - a ), e como podemos aplicas o teorema clássico do valor intermédio à média das 2as derivadas, obtemos a fórmula do erro da regra dos trapézios composta:



2.2 Primeira Regra de Simpson

Nesta regra, a função a ser integrada será aproximada por um polinômio interpolador é de ordem 2. Portanto, necessita-se de três pontos para a interpolação, ou seja, , onde  e . Tem-se a expressão:
A partir da fórmula de Gregory-Newton, tem-se:
Resultando em:

Para facilitar esta integração, faz-se uma mudança de variáveis:

    
                                       
   
                                        
       
             
          
            
          

Resultando em:
Como  e derivando em relação  a x, tem: 
.

Mudando os limites de integração:


   
                                
Integrando a expressão anterior, tem-se:
                          

Substituindo as expressões, tem-se:
     

O Erro de truncamento resultante da integração pela Primeira Regra de Simpson é dado por:

                                                                 

Como o ponto c não é um ponto conhecido, a expressão anterior pode ser aproximada pela seguinte expressão:

                            
                         

Exemplo: Calcular  , utilizando a Primeira Regra de Simpson.


i
0
3
0,333333
1
3,3
0,303030
2
3,6
0,277778


O erro é dado por:

, como visto, ,   ,  ,    e  . Para  o valor , portanto:
 


Primeira Regra de Simpson – Fórmula Composta

Para melhorar o resultado, pode-se subdividir o intervalo [a,b] de integração em  n sub-intervalos de amplitude h e aplicar a Primeira Regra de Simpson em cada sub-intervalos. Pela necessidade de haver três pontos em cada sub-intervalos, o número de sub-intervalos deve ser par. A formulação é dada por:

   

Resultando em:

          


O Erro de truncamento resultante da integração pela Primeira Regra de Simpson – Fórmula Composta é dado por:

                                                        
onde n é o número de sub-intervalos.

Como o ponto c não é um ponto conhecido, a expressão anterior pode ser aproximada pela expressão abaixo:

                       
 
2.3 Segunda Regra de Simpson

Nesta regra, a função a ser integrada será aproximada por um polinômio interpolador é de ordem 3. Portanto, necessita-se de quatro pontos para a interpolação, ou seja, , onde  e . Tem-se a expressão:
De forma semelhante ao realizado no caso da Primeira Regra de Simpson, chega-se a expressão:

    (7.24)

O Erro de truncamento resultante da integração pela Segunda Regra de Simpson é dado por:

                           

                                 
Como o ponto c não é um ponto conhecido, a expressão anterior pode ser aproximada pela expressão.

                          
                            

Segunda Regra de Simpson – Fórmula Composta

A expressão da Segunda Regra de Simpson – Fórmula Composta é dada por:

                                                                                                                    

Resultando em:


                                                                                                                                        

O número de subintervalos n deverá ser múltiplo de três, pois a regra utiliza um polinômio interpolador de grau três.

O Erro de truncamento resultante da integração pela Segunda Regra de Simpson – Fórmula Composta é dado por:

                          

                               
Como o ponto c não é um ponto conhecido, a expressão anterior pode ser aproximada pela expressão abaixo:

                            


2.4 Erros de Truncamento

Os erros de truncamento foram discutidos em cada item das formulas de Newton-Cotes.


3 Extrapolação de Richardson

A extrapolação de Richardson  é um método utilizado para a melhoria do resultado obtido na aplicação das formulas de integração ded Newton-Cotes e baseia-se na aplicação repetida de tais fórmulas.

Para a regra do Trapézios
O resultado obtido na aplicação da regra dos trapézios pode ser escrito na seguinte forma:

I = I1 + E1

Onde:
I1 – é o resultado obtido na 1° aplicação da regra
I – é o valor exato da integral
E1 = - [1/n1(E2)] (b-a)(E3)/12 F’’(ε)
n1 – é o número de sub-intervalos utilizados

I = I2 + E2

Onde E2 = - [1/n2(E2)] (b-a)(E3)/12 F’’(ε)

I = I1 + E1 = I2 + E2

Desenvolvendo tem-se:

I = I2 + n1(E2)/ (n2(E2)- n1(E2)) (I2-I1)

Para as regras de Simpson

O cálculo para determinação da fórmula ded extrapolação de Richardson para as regars de Simpson é feito de modo semelhante ao para a regra dos trapézios.

I = I2 + n1(Ep)/ (n2(Ep)- n1(Ep)) (I2-I1)

Onde:

P = 2 para a regra dos trapézios
P = 4 para a regra dee Simpson


4 Quadratura Gaussiana

Como na regra dos trapézios, vamos considerar em uma curva de uma determinada função, dois pontos sobre esta curva, e uma reta unindo esses dois pontos. No método de quadratura Gaussiana, mantemos o intervalo a b de integração, mas pegamos outros dois pontos, unidos por uma reta, de modo que a área que falta para completar a curva seja igual à área que ultrapassou a curva. Desse modo, temos um balanceamento de erros.
A solução numérica da integral  foi resolvida a partir da integração de um polinômio interpolador, gerado pela forma de Gregory-Newton, que aproxima a função f(x). Os pontos utilizados na determinação do polinômio interpolador foram os do limites de integração ou subintervalos com amplitude constante entre esses limites. Para dois pontos, tem-se a Regra do Trapézio, como pode ser visto na figura.



       
 





                                                                   


Suponha agora que vamos gerar um polinômio interpolador, mas utilizando outros pontos diferentes dos limites de integração, como mostrado na figura: 

A reta interpoladora é determinada a partir dos pontos  e . Observe que se os pontos forem bem escolhidos, o valor de área entre os pontos  e , que se está integrando a mais, poderá compensar as áreas que se está integrando a menos entre os pontos  e  e entre os pontos  e . A questão é como pode-se definir estes pontos.

Para que esta idéia seja melhor entendida, suponha que a expressão da Regra do Trapézio seja apresentada da seguinte forma:


Suponha agora que esta regra dê resultado exato quando a função integrada é uma constante, ou uma linha reta . A partir destas considerações chega-se as expressões:
Resolvendo o sistema linear acima, chega-se a:
A expressão resultante é dada por:

Observe que chega-se a expressão da Regra do Trapézio. Significa que para a integração de polinômios até a ordem um a regra é exata.O Método da Quadratura Gaussiana tem como objetivo ser exato para polinômios com ordem maior que os métodos que utilizam o polinômio interpolador de Gregory-Newton, para o mesmo número de pontos. Neste caso, as regras são exatas para integração de polinômios até a ordem (n-1), onde n é o número de pontos. O Método da Quadratura Gaussiana tem como objetivo ser exato para polinômios até a  ordem  (2n-1).


Método da Quadratura Gaussiana

Neste método os pontos não são mais escolhidos pelo usuário, mas seguem um critério bem definido, com o objetivo de fornecer resultados exatos para polinômios até a  ordem  (2n-1), como visto acima.


Seja a solução numérica da integral:
A  solução pelo método é dada por:

                                                          
sendo que os coeficientes  e os pontos  são definidos a partir da premissa de exatidão citada acima.

Etapas do Método

1)      Inicialmente o intervalo de integração deve ser mudado de [a,b] para [-1,1] para normalizar a solução e resultar em pontos padronizados. Pode-se conseguir através da troca de variáveis x para t:
                                                
                      
Substituindo as expressões, chega-se a:

                                          
                                 
2)      Fixar um número n  (inteiro positivo), tal que, se f(x) for um polinômio de grau até a ordem (2n-1), a solução numérica da integral será exata, ou seja:


            
                
Os valores de  e , para i=0, 1, 2,....., n-1, são as incógnitas a serem determinadas e são independentes da função escolhida.

3)      O erro cometido pela integração numérica é dado por:

                                 

Determinação das Incógnitas  e  para o caso particular de n=2

O resultado da integração deve ser exato para polinômios de grau até três. A expressão para este caso resulta em:

                        

Para a determinação das incógnitas , , e , independentes da função F(t), necessita-se de quatro equações. Como essas incógnitas independem da função F(t), escolhe-se as funções elementares , .


Tem-se as seguintes equações:


                        
Que explicintando, tem-se;                                                         

Solucionando as integrais, chega-se ao sistema de equações não-lineares:
               
                                                      
A solução do sistema de equações não-lineares resulta em:


Tem-se como solução aproximada da integral:


Esta solução é exata para polinômios de grau até três.

Da mesma forma, pode-se encontrar o valor dos parâmetros para um número n de pontos. Na tabela abaixo apresenta-se  para  n=1,2,3 e 4.


Tabela de Parâmetros para n=1, 2, 3 e 4



Exemplo: Utilizando o Método da Quadratura Gaussiana, determinar o valor da integral

, com n=2.

Deve-se normalizar os intervalos  de integração de . Para tanto, faz-se a mudança de variáveis:


Substituindo, tem:


Exemplo: Utilizando o Método da Quadratura Gaussiana, determinar o valor da integral

, com n=2.

Deve-se normalizar os intervalos  de integração de . Para tanto, faz-se a mudança de variáveis:


Substituindo, tem:


5 Resolução de integrais duplas

Seja:

I = Integral dupla F(x,y) dx dy

A integral que se deseja calcular, onde D é o retângulo delimitado por:

a ≤ x ≤ b
c ≤ y ≤ d

Pode ser escrita na forma:

I = Integral de a até b dx Integral de c até d F(x,y) dy

Chamando,

Integral de c até d F(x,y) dy de G(x)

Pode-se escrever,

Integral de a até b G(x) dx.


6 Equações Diferenciais Ordinárias

Equações diferenciais ordinárias – EDO – ocorrem com muita freqüência na descrição de fenômenos da natureza. Um exemplo bem simples é o crescimento da população de bactérias numa colônia. Pode-se supor que sob condições ambientais favoráveis, a taxa de crescimento da colônia seja proporcional ao número de indivíduos num dado tempo:

Temos:  y(t) = Ky(t)


6.1 Método de Euler

Seja:
y’ = F(x,y)
y(x0) = y0 = n

Desejam-se aproximações y1, y2....., ym para as soluções exatas y(x1), y(x2)...., y(xm)...


Como se desconhece o valor y(x1), toma-se y1 como aproximação para y(x1).
Para isso, traça-se a tangente T á curva y(x) no ponto (x0, y(x0)), cuja equação é:

y(x) – y(x0) = (x – x0)y’(x0)

Fazendo x = x1 e lembrando que y(x0) = y0, x1 – x0 = h,  y’(x0) = F(x0, y(x0)) e y1 = y(x1), tem-se:

y1 = y0 + hf(x0, y(x0))

Generalizando,

y0 = y(a) = n
y(j+1) = yj + hf(x0, y(x0)), com j = 0, 1, 2, 3....

Erro = e1 = y1 – y(x1)


7 Métodos com uso das derivadas

O método de Euler foi obtido a partir da fórmula de Taylor, tomando-se todos os termos até o termo em h.

Teoricamente, pode-se afirmar que a fórmula de Taylor fornece tantos métodos quantos se queiram, contanto que se calculem as derivadas necessárias.

y(j+1) = yj + hy’(xj) + h(E2)/2! Y”(xj), j = 0, 1, 2, 3....m-1

y’’(xj) = df/dx (xj,yj) + F(xj,yj) df/dy (xj,yj)


8 Métodos de Runge-Kutta

Os métodos de Runge-Kutta são muito utilizados, principalmente porque podem ser expressos por uma seqüência de fórmulas explícitas; sua implementação em computadores também é extremamente simples. Estes métodos utilizam o valor da função no ponto médio do intervalo (t+h/2).

Simplificando a notação (os subscritos iguais a n foram omitidos), as fórmulas para a solução de dy/dt=F(t,y)são as seguintes:




Outro atrativo dos métodos de Runge-Kutta é a fácil aplicação a sistemas de EDOs. Para um sistema de duas equações, dx/dt = F(t, x, y) e dy/dt = G(t, x, y), por exemplo:


9 Métodos de Adams

Segunda ordem

Manter os três primeiros termos:



Quarta ordem

Manter os cinco primeiros termos:


Uma pausa para reflexão

Todos os métodos acima descritos são explícitos, já que ao calcularmos yn+1 , todos os valores do lado direito da equação são conhecidos.

Observe que, quanto maior a ordem n do método:
  • Melhor a precisão, O(hn+1) para cada intervalo, O(hn) global
  • Mais pontos são necessários para iniciar o cálculo

10 Redução de EDOs superior a sistemas de equações de primeira ordem

Integrando A e B sem a necessidade de acrescentar a constante de in-tegração porque estamos procurando por apenas uma solução, obte-mos as funções A = A(x) e B = B(x).

Exemplo: A equação y = x10 é tal que a solução da equação homogênea associada pode ser
escrita como:

y(x) = A 1 + B x + C x2

Vamos montar o sistema:

A (x) + B (x) x + C
(x) x2= 0B (x) + 2C (x) x = 02C (x) = x10

Dessa forma: C(x) =122x11
Como B (x) = −x11, entãoB(x) = −112x12

A função A = A(x) obtemos pela solução Redução da ordem de uma equação diferencial  

Equação do tipo y(n)= f(x)A solução será obtida por n integrais sucessivas da
função f = f(x).
















               
             




























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